domingo, 27 de maio de 2007

Resumo do Livro do Professor: Parte 3

Nativos e estrangeiros:
brasileiros e africanos em São Mateus


3.1 Entendendo os donos de escravos...


Desde a época do Império Romano a escravidão já existia, naquele tempo não era a cor que determinava quem era escravo, mas sim as guerras, em que os prisioneiros capturados viravam escravos. E como a Península Ibérica fazia parte da província dos antigos romanos, os Portugueses conheciam muito bem a escravidão, trazendo assim para o Brasil muitos escravos, a maioria deles africanos, fruto de um acordo que os portugueses faziam com algumas tribos da África, em que davam armas e munições para que em troca eles capturassem outros africanos de tribos mais fracas, estes viravam escravos. A escravidão na época era considerada uma coisa normal, pois desde criança todo brasileiro e europeu convivia com tal crueldade.


3.2 O Porto de São Mateus


Era muito mais fácil para os portugueses ter um africano como escravo do que um índio, devido a vários motivos: a agricultura não fazia parte da vida de vários índios, poucas tribos praticavam a agricultura, o que aumentava o descontentamento dos índios com os portugueses; eles entendiam como humilhação trabalhar na agricultura, pois na cultura deles o homem era caçador e guerreiro, o trabalho agrícola era da mulher, isso fazia com que eles se sentissem recriminados e humilhados; além de que quando os índios eram escravizados muitos amigos e parentes invadiam as fazendo para libertá-los. Vale ressaltar que para o governo de Portugal era mais lucrativo um escravo africano do que um índio, pois não tinha como cobrar impostos pelos escravos indígenas.
O Porto de São Mateus é muito importante na história do Espírito Santo, pois com o crescimento de São Mateus, o Rio Cricaré se transformou na “estrada” para a cidade e o Porto de São Mateus a “porta“ de entrada. Por volta de 1800, com a superprodução de farinha de mandioca, São Mateus virou parada obrigatória dos navios que vinham de diversos locais. Com esse comércio ativo, a cidade só foi se enriquecendo, e, em 1828, se tornou a cidade mais rica do Espírito Santo, conseqüentemente as fazendas cresciam, aumentando também o comércio de escravos, fazendo com que milhares de escravos africanos entrassem em São Mateus para serem comercializados. Logo, em 1850, uma lei imperial proibiu o tráfico de negros da África, com isso, o comércio de escravos passou a ocorrer somente dentro do país, e como São Mateus ficava no meio das rotas de comércio, muitos navios entravam no Rio Cricaré para vender escravos e comprar farinha de mandioca. Por isso, São Mateus hoje é uma das cidades capixabas que mais possuem descendentes de negros.


3.3 Entendendo os escravos...


Os africanos, ao serem capturados de suas tribos e comprados pelos portugueses, eram separados de sua família para sempre, sendo transportados por navios imundos para o Brasil, sujeitos a doenças, fome e sede, o que muitas vezes lhes causavam a morte. Quando chegavam ao Brasil, em um lugar totalmente diferente dos que conheciam, com costumes e hábitos diferentes, eram vendidos e obrigados a trabalhar em lavouras em troca de nada, por isso, muitos negros entravam em depressão profunda e morriam. Porém, muitos ainda ficavam vivos, e estes lutavam para não aceitar tal exploração, alguns se suicidavam, outros corajosos chagavam a assassinar os seus senhores, e a maioria fugia das fazendas, estes iam para lugares isolados e protegidos e formavam os quilombos. São Mateus foi uma das regiões do Brasil onde mais surgiram quilombos.


3.4 A Terra dos Quilombos


Para entender melhor como foi a escravidão em São Mateus, veremos duas histórias reais contadas por Maciel de Aguiar em seu livro “Os Últimos Zumbis”.
A primeira estória, que ocorreu por volta de 1680, fala sobre uma jovem escrava africana chamada Zacimba Gaba que era violentada constantemente pelo seu dono, com o passar do tempo ela foi se amadurecendo e liderou um movimento de libertação dos negros da fazenda em que viviam, assim, envenenaram o fazendeiro e fugiram, formando um quilombo em uma região distante. Mas Zacimba não estava satisfeita, pois ela sabia que milhares de africanos chegavam ao Brasil para serem escravizados, por isso, ela começou a atacar navios que traziam negros da África, libertando-os. Após 10 anos, depois de libertar centenas de negros, Zacimba morreu invadindo um navio, cumprindo sua missão e seu ideal.
A outra estória, que ocorreu por volta de 1880, fala sobre Constança de Angola, uma jovem escrava que teve seu filho recém-nascido morto pela esposa do coronel, logo, os negros resolveram fazer uma rebelião, mas Constança ficou no tronco, sendo surrada por um capitão-do-mato. Depois, ela foi libertada por um grupo de negros fugitivos que souberam do ocorrido. Assim, ela passou a lutar contra as injustiças da escravidão. Após lutar em várias fazendas para libertar escravos, Constança foi encontrada na mata pelo mesmo capitão-do-mato que a surrou no tronco, para tentar escapar dos tiros ela gingou na frete do homem, mas mesmo assim levou um tiro e antes de morrer cortou a garganta do capitão-do-mato.
Vale ressaltar que estes dois casos não são as únicas formas que os escravos se relacionavam com os senhores, nem todos os senhores eram perversos e nem todos os escravos eram guerreiros abolicionistas.


Aluno: Lucas Sanson De Angeli
Turma: V04

Um comentário:

Unknown disse...

achei legal as informações, mas gostaria de saber como era que os africanos se relacionavam com os indios aqui do brasil.
quando os africanos escravisados chegaram aqui no brasil eles encontraram os índios, pessoas com costumes totalmente diferentes do deles, como eles s erelacionavam com essas pessoas(os índios)?